Franco da Rocha decreta suspensão de férias dos servidores enquanto as contas não fecham
Decreto gera polêmica e levanta questionamentos sobre a gestão financeira da prefeitura
Em um cenário financeiro tão estável quanto uma mão de cartas mal executadas, a Prefeitura de Franco da Rocha resolveu dar um freio nas férias dos servidores. O Decreto nº 3.537/2024, assinado pelo ilustre prefeito Dr. Nivaldo (sem partido), suspende as férias programadas entre 1º de novembro de 2024 e 31 de janeiro de 2025. Tudo isso em meio a uma crise que se arrasta, com aumento nas despesas com cargas comissionadas e uma dor de cabeça para pagar fornecedores.
As malas estão prontas para a reavaliação. O decreto exige que as secretarias façam uma faxina nos contratos e renegociem acordos para cortar custos. E, claro, sem novas contratações, não é por “extrema necessidade” – o que está se tornando uma piada de mau gosto em tempos de crise. Horas extras? Só em emergências! E os carros oficiais? Apenas em casos de vida ou morte (ou seja, nada de passeios).
Por falar em dinheiro, o novo decreto limita os pagamentos a fornecedores, uma lembrança esfarrapada do Decreto nº 3.490/2024, que já havia imposto cotas mensais de pagamento (com exceção das despesas com pessoal e obras, porque quem se importa com isso?).
O economista Vinícius do Carmo já havia alertado que essa situação poderia gerar um caos nos serviços públicos. Ele também deixou claro que o novo decreto é, no melhor dos casos, um “paliativo para o problema”. “O orçamento é uma lei”, ele gritou, como se alguém na prefeitura estivesse ouvindo. E pela decoração do calendário, parece que as soluções estão sempre atrasadas. Por que só agora a prefeitura foi lembrada do contingenciamento? Justo após as eleições? Coincidência?
A crise financeira ganha contornos mais dramáticos se considerarmos as mudanças da reforma administrativa de 2023, que aumentaram o número de cargas comissionadas e, por incrível que pareça, elevou as mudanças. O salário do secretário adjunto, por exemplo, viu um aumento quase ridículo de 16%. Sem comentários.
Depois de seis meses de uma estrutura que deveria ter facilitado a vida financeira, os custos com comissionados dispararam 34%, somando mais de R$ 7 milhões até abril de 2024. A verdade é que o número de servidores comissionados saltou de 444 para 523 em um piscar de olhos, inflacionando a folha de pagamento de forma bastante confortável.
Em suma, enquanto as festividades do final do ano se aproximam, os servidores de Franco da Rocha terão que colocar as suas malas de férias de lado. E tudo isso enquanto a prefeitura tenta equilibrar suas contas em um jogo de xadrez onde as peças são frequentemente movidas de acordo com as conveniências políticas e econômicas. É, a situação não é fácil, mas quem disse que seria?
Foto: Reprodução/Facebook