Estudo revela que mortes por câncer devem dobrar globalmente até 2050
Pesquisa aponta um aumento projetado de 90% nas mortes pela doença e 77% nos novos casos
Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Queensland, publicado na JAMA Network, apresenta uma previsão alarmante para o câncer nas próximas décadas. Até 2050, o número de mortes pela doença deve aumentar em cerca de 90%, somando 8,8 milhões de novos óbitos aos 9,7 milhões registrados em 2022. O total de novos casos deve crescer aproximadamente 77%, alcançando 35,3 milhões de diagnósticos.
O oncologista Carlos Gil Ferreira, diretor médico da Oncoclínicas&Co., ressalta que o aumento está ligado ao envelhecimento populacional e a novos fatores de risco, como a obesidade e o uso crescente de cigarros eletrônicos.
O estudo também destaca a disparidade no impacto da doença. Países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Níger e Afeganistão, podem ver o número de casos quase triplicar até 2050, enquanto no Brasil a projeção é de um aumento de 70%. Ferreira alerta que, na maioria das vezes, o diagnóstico tardio resulta em menores chances de cura.
O câncer de pulmão permanece como o mais comum e letal globalmente, representando 13,1% dos novos casos e 19,2% das mortes.
Diante deste cenário desafiador, Ferreira reforça a necessidade de medidas preventivas e de detecção precoce, como políticas públicas que garantam acesso a exames regulares. “A equidade no acesso aos tratamentos e à detecção precoce é crucial para aumentar as chances de sobrevivência”, conclui o médico.
Principais Projeções até 2050:
- Aumento de 77% nos casos de câncer
- Crescimento de 90% nas mortes
- 15,3 milhões de casos adicionais previstos
Dados do Brasil (Globocan 2022):
- 627.193 novos casos de câncer
- 278.835 mortes
- 1.634.441 casos prevalentes (5 anos)
- Principais tipos: Próstata, Mama e Colorretal
- Principais causas de morte: Pulmão, Colorretal e Mama
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