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Celebrando nossa história: personalidades negras que transformaram o Brasil

No Dia da Consciência Negra, refletimos sobre a resistência e as contribuições dos pioneiros da liberdade e da cultura afro-brasileira

Nesta quarta-feira (20) o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra, um momento crucial para a valorização da história e da resistência da população negra. A data foi escolhida em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder emblemático da luta contra a escravidão e símbolo da resistência no Quilombo dos Palmares. Instituída oficialmente em 2003, tornou-se feriado em algumas regiões apenas em 2011. Mais do que uma homenagem, a data convida à reflexão sobre os desafios enfrentados e as contribuições culturais dos negros no Brasil.

O professor Pedro Rennó é especializado em História da Arte pela UFMG. (Foto: Divulgação)

“O Dia da Consciência Negra é essencial para considerar as injustiças históricas que a população negra enfrenta e para valorizar sua cultura e luta”, destaca o professor de História Pedro Rennó.

Outras figuras negras também deixaram um legado profundo na história do Brasil. Confira algumas delas:

Dandara dos Palmares
Dandara, guerreira e líder no Quilombo dos Palmares, lutou bravamente contra os coloniais e foi fundamental na defesa da comunidade quilombola. “Sua história representa a força e a coragem das mulheres negras na luta pela liberdade e pela preservação da cultura afro-brasileira”, comenta Rennó.

Luiza Mahin
Organizadora da Revolta dos Malês em 1835, Luiza Mahin, nascida livre na África, simboliza a resistência cultural e religiosa dos negros contra a opressão colonial. “A figura de Luiza Mahin representa a luta ativa por liberdade e justiça”, afirma o professor.

Dragão do Mar
Francisco José do Nascimento, conhecido como Dragão do Mar, foi um abolicionista cearense que se destacou em 1881 ao recusar o transporte de escravizados, contribuindo para que o Ceará se tornasse o primeiro estado a abolir a escravidão em 1884. “Ele é lembrado como símbolo da luta abolicionista e da resistência aos sistemas opressivos”, explica Rennó.

Luiz Gama
Advogado, poeta e ativista, Luiz Gama utilizou suas habilidades legais para libertar mais de 500 escravizados. Filho de uma africana livre, foi vendido como escravo, mas conquistou sua liberdade na juventude. “Foi um dos primeiros e mais influentes advogados negros do Brasil”, ressalta o professor.

Maria Felipa
Heroína da independência, Maria Felipa, originária de uma comunidade quilombola, liderou um grupo que incendiou embarcações portuguesas durante a Guerra da Independência. “Ela é lembrada por sua habilidade em mobilizar uma comunidade para lutar pela liberdade”, conclui Rennó.

O Dia da Consciência Negra vai além de recordar ícones históricos; é uma oportunidade de reflexão sobre o racismo estrutural e a importância da inclusão. Em todo o país, escolas e instituições promovem eventos, palestras e debates para estimular a discussão sobre a herança da escravidão e a luta por igualdade e respeito pelas novas gerações.

Foto Destaque: Representação artística de Zumbi e Dandara dos Palmares (Reprodução/Internet)

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