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Cadeiras Vazias: O impacto devastador da violência no futebol

Campanha do Ministério dos Esportes destaca as perdas e promove a paz nos estádios

“O que mais dói é a falta dela, é o vazio que fica. A perda de um filho não se justifica, é um pedaço seu que vai embora.” Com essas palavras emocionadas, Ettore Marchiano, pai da torcedora palmeirense Gabriella Anelli, morta aos 23 anos, compartilhou a dor e os sentimentos de perda de sua filha, durante um confronto entre torcedores palmeirenses e flamenguistas no estádio Allianz Parque, em São Paulo, em 8 de julho de 2023.

Gabriella, torcedora do Palmeiras, foi atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro arremessada durante uma briga entre torcedores. Após dois dias internada, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu. Desde os cinco anos, Gabriella frequentava os estádios com seu pai. “Ela não era só uma filha, era minha companheira, minha amiga. Eu não consigo encontrar uma forma de superar essa dor”, desabafa Ettore. Ele ainda contou que, após a morte da filha, ao entrar no estádio, não conseguiu permanecer e saiu no intervalo.

Para conscientizar torcedores e a população sobre a violência e construir um ambiente pacífico no futebol, o governo federal, por meio do Ministério do Esporte, em parceria com entidades esportivas, lançou a campanha Cadeiras Vazias e o Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol. Durante a partida entre Esporte Clube Bahia e São Paulo Futebol Clube, na Arena Fonte Nova, o público pôde ver 384 cadeiras vazias, representando o número de vítimas da violência no futebol entre 1993 e 2023.

As “cadeiras vazias” simbolizam as consequências irreparáveis da violência nos estádios. A campanha também aborda outras formas graves de violência, como racismo, homofobia, xenofobia, agressões contra mulheres e intolerância religiosa. Esses atos não só ceifam vidas e destroem famílias, mas também afastam as pessoas dos estádios e as desencantam do futebol, um dos pilares da identidade cultural do país.

Destaque: Ettore Marchiano, pai da torcedora palmeirense, Gabriella Anelli, morta aos 23 anos. (Foto: Rodolfo Vilela/MEsp)

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