A revolução do ‘Não Estudar’: jovens ignoram o Ensino Superior no Brasil
Com 75% dos jovens entre 18 e 24 anos fora da universidade, a educação no Brasil parece mais uma piada do que um projeto de vida
É impressionante como a educação se tornou um conceito tão… irrelevante para muitas gerações de jovens brasileiros. Desde cedo, sempre acreditei que estudar era a chave para abrir portas e transformar vidas, uma lição que aprendi com meus pais, que não tiveram a oportunidade de se graduar e ampliar seus conhecimentos como eu tive e tenho até hoje. Mas, ao mergulhar nos dados aterradores da educação no Brasil, a realidade que se desenha é quase um escárnio: por que se preocupar em estudar quando há tantas maneiras de sobreviver sem um diploma?
O Censo da Educação Superior de 2022 revela que cerca de 75,7% dos jovens na faixa etária de 18 a 24 anos não estão frequentando a universidade. Isso mesmo, a maioria absoluta dessa juventude está claramente optando por “caminhos alternativos”, já que o ensino superior parece ser apenas uma opção para aqueles que não têm nada melhor a fazer. É quase como se os jovens brasileiros decidissem coletivamente que a faculdade não é para eles – quem precisa de uma educação formal quando se pode ser um influenciador digital ou, quem sabe, um expert em memes?
Os motivos que sustentam essa tendência são diversos. Temos questões financeiras, falta de incentivos e exigências do mercado de trabalho que colocam a necessidade de dinheiro rápido acima de qualquer consideração acadêmica. Mas, sejamos honestos, um dos fatores mais relevantes é a fragilidade do ensino básico. Se não há uma base forte, como alguém pode esperar que esses jovens se sintam prontos para dar o próximo passo? O presidente do Inep até teve a audácia de afirmar que precisamos investir no ensino fundamental e médio antes de esperar que nossos jovens sonhem com universidades. Que ideia revolucionária!
E os números falam por si: menos da metade dos alunos que se formam no ensino médio até se dão ao trabalho de fazer o Enem. Isso indica que, para muitos, a faculdade é tão atraente quanto uma segunda-feira chuvosa. Realmente, as universidades devem estar arrasadas com essa profunda falta de interesse!
Se quisermos construir um Brasil mais desenvolvido, produtivo e inovador, precisamos parar de tratar a educação como um mero enfeite na mesa de jantar das políticas públicas. A educação pode não ser a resposta para todos os problemas, mas uma coisa é certa: sem ela, ficamos basicamente dançando no escuro, esperando que alguém nos traga uma lanterna.
A grande questão que persiste é: quando será que a educação deixará de ser um assunto para discursos vazios e realmente se tornará um tópico relevante nas agendas políticas? A resposta, meus amigos, é que, enquanto continuarmos a nos contentar com o “não estudar”, a transformação que tanto desejamos estará a anos-luz de distância. Afinal, o que poderia ser mais importante do que um novo smartphone na mão de um jovem do que um diploma na parede?
Foto em destaque: José Cruz/Agência Brasil