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O Fim da Escala 6×1: uma revolução ou um desejo de férias eternas?

Ah, uma famosa escala 6×1! Aquela configuração que deixou muitos trabalhadores se perguntando se era expediente ou uma maratona interminável de “Sobrevivendo no Trabalho”. Para quem não conhece, essa rotina é um clássico: seis dias de trabalho seguidos por um único dia de folga, como se a vida fosse uma maratona olímpica e o descanso, apenas um prêmio de consolação.

Atualmente, a pauta sobre o fim dessa escala está pegando fogo. E, pelo que parece, até os mais resistentes estão começando a perceber que viver para trabalhar pode não ser a melhor filosofia de vida. Nada como um dia de 24 horas em que você possa não fazer nada e sentir que merece! O argumento é simples: o trabalhador precisa de mais tempo para si mesmo, para a família, para a Netflix – e, convenhamos, para ficar sozinho com seus pensamentos, que, de tão variados, se tornam o melhor entretenimento.

Imagine uma cena: você chega em casa exausto após um dia de trabalho em que, se tivesse um diploma em malabarismo, poderia se considerar um artista. Mas ao invés de descansar, faz malabarismos com a ideia de como será seu único dia de folga na próxima semana. Com a proposta de acabar com a escala 6×1, os trabalhadores poderiam finalmente desfrutar de um descanso decente… e até mesmo estudar a diferença entre um dia de folga e uma viagem ao paraíso – porque, em ambos os casos, é preciso aproveitar.

Agora, vamos ser honestos. O que impede essa mudança até agora? Ah, sim, o temido “lucro”. Porque, claro, o bem-estar dos trabalhadores é secundário quando se tem balanços a fechar e metas a cumprir. Mas, quando se fala em produtividade, estudos mostram que trabalhadores descansados ​​são, de fato, mais produtivos! Quanta ironia: trabalhar menos para trabalhar melhor. Uma verdadeira obra-prima do maravilhoso mundo corporativo.

E quem sabe, ao fim dessa discussão, esperamos ver os trabalhadores tendo mais que um dia para se dedicar a hobbies, a uma maratona de séries ou, pasmem, a um passeio ao ar livre. O futuro do trabalho pode finalmente incluir conceitos como qualidade de vida, que não se traduzem apenas em filas na ala psiquiátrica.

Portanto, se a PEC avançar, poderemos ver uma revolução silenciosa nos ambientes de trabalho. Menos tempo no escritório pode significar mais tempo para sonhar, planejado e até criar aquele projeto que foi engajado por longas jornadas de cansaço. Que venham, então, as novas escalas! E que o único conflito que tenhamos seja decidido entre a praia e outra viajem no fim de semana. Porque, afinal, a vida é muito curta para ser vivida em um cubículo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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